O projeto Circuitos Oceânicos tem por objetivo mapear e analisar as petições enviadas da América portuguesa ao Conselho Ultramarino e Secretário de Estado, entre os séculos XVIII e XIX, tomando como central a participação dos vários agentes sociais e os caminhos institucionais e respostas que geravam. Neste sentido, trata-se não apenas de um esforço inédito de entendê-las conjuntamente, bem como de uma proposta ousada de problematização sobre a comunicação jurídico-política imperial. Seu recorte inicial justifica-se pela criação das Secretarias de Estado em 1736, entre elas a Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar, e o final pela alteração gerada com a vinda da Corte ao Rio de Janeiro. Ele é fruto de uma parceria entre pesquisadoras da área de História e de Dados, coordenado por Andréa Slemian (UNIFESP, São Paulo), Renata Silva Fernandes (UFG, Goiás), Roberta Giannubilo Stumpf (Universidade Autónoma de Lisboa, UAL) e Valéria Pequeno (Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, Lisboa). Um dos seus principais produtos é uma Base de Dados que tem por finalidade o mapeamento das demandas enviadas da América portuguesa ao Reino de Portugal, bem como dos seus trâmites e ordens provocadas a partir delas em ambos os lados do Atlântico, na periodização destacada. A Base, desenvolvida por Paulo Ricardo Rodrigues Bastos (mestrando na UAL) sob a orientação de Laércio Cruvinel (UAL, Lisboa), está sendo atualmente alimentada a partir da documentação do Conselho Ultramarino e da Secretária de Estado da Marinha e do Ultramar, sob a guarda do Arquivo Ultramarino de Lisboa (AHU) - em grande parte, disponibilizada online pelo Projeto Resgate (BNDigital). Pela magnitude do tema e da documentação, delimita-se sua análise às capitanias de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Goiás. O projeto possui atualmente financiamento da FAPESP (processo número 2021/09104-0).